sexta-feira, 9 de julho de 2010

Caixas secas infiltram 5 milhões de litros de água da chuva no ES

Portal Dia de Campo

Caixas secas infiltram 5 milhões de litros de água da chuva no ES
Pequenos reservatórios escavados às margens das estradas rurais de alta declividade podem solucionar problema da seca
Nivea Schunk
08/07/2010 Ouça a entrevista Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir

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A implantação de 530 pequenos reservatórios às margens das estradas rurais de alta declividade no município de São Roque do Canaã (ES), em 2008, aumentou o volume de infiltração anual de água da chuva no subsolo para 100 milhões de litros. É o que mostram as últimas aferições do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Com o registro de vazão de nascente 53% maior e uma captação de 5.600 metros cúbicos de sedimentos sólidos, a área demonstrativa de dez quilômetros de extensão, fruto da parceria entre órgãos Estaduais, associações de produtores, empresários e comerciantes locais, desponta como solução potencial para os graves problemas de seca e assoreamento da região.

Engenheiro agrônomo e pesquisador, Aliamar Comério afirma que as chamadas caixas secas podem resolver também outros desafios enfrentados pelo setor produtivo regional. Em localidades com níveis de precipitação de 1000 litros por metro quadrado, por exemplo, é possível armazenar cinco milhões de litros de água a cada mil metros de distância. Esses dados são de fundamental importância, pois incentivam a aplicação do princípio básico de captar o excesso de água na época propícia, entre outubro e março, diminuindo o risco de enchentes e promovendo a perenização dos corpos hídricos.

Comério considera baixo o custo de implantação desses reservatórios em relação aos benefícios sociais e ambientais proporcionados pelo modelo. Ele informa que o Incaper oferece capacitação aos interessados, e descreve vantagens da tecnologia simples, comparando o investimento na construção e limpeza desses buracos, aos custos contínuos da utilização de motoniveladoras para manter as estradas transitáveis.

— Sempre depende da largura, mas é necessário algo em torno de 1000 a 3000 Reais por quilômetro para fazer as escavações que, além de captarem água e reterem a terra que desceria para os rios e mananciais, ainda conservam a capacidade de circulação das vias o ano inteiro. Então, se considerarmos o número de vezes em que normalmente é preciso solicitar o uso das máquina, essa alternativa é muito mais barata, eficiente e comprovada. No período chuvoso, as partículas soltas formam voçorocas nas bases do barrancos, trazendo risco para os usuários— revela.

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