terça-feira, 22 de março de 2011

Madeiras Nobres em Pirapora/MG

O incrível criador de negócios rurais
Ricardo Tavares é quase uma lenda do agronegócio. Já criou e vendeu, com lucros astronômicos, a Sucos Mais e o Café Três Corações. Agora, ele aposta no mogno africano, num ousado projeto que pode render R$ 290 milhões e um retorno de 91% sobre o investimento


Lívia Andrade, de Pirapora (MG)

Nem bem chega à sua fazenda, localizada no município de Pirapora (MG), o empresário Ricardo Tavares, 48 anos, vai logo visitar o seu viveiro de mudas. Ali está a sua mais recente aposta, um projeto que pode render algumas centenas de milhões de reais ao ano, com o cultivo irrigado de mogno africano. A área é relativamente pequena, com 500 hectares plantados. Mas ela pode ser mais uma história vencedora de Ricardo Tavares, que tem um retrospecto único no agronegócio brasileiro. Seu jeito é simples, mas sua capacidade de criar empresas rurais de sucesso vai muito além dos padrões de um empreendedor comum. Adepto da filosofia de que o bom é inimigo do ótimo, esse mineiro de sorriso tímido e fala serena é na verdade um inventor de negócios e marcas. Na década de 1980, ele tirou o Café Três Corações do buraco e o projetou como uma marca nacional. Em 2000, ele a vendeu por US$ 41 milhões de dólares para a israelense Strauss-Elite. De olho no crescente mercado de bebidas naturais, criou a Sucos Mais, que em três anos alcançou um faturamento de R$ 100 milhões. Hoje a marca pertence à Coca-Cola, que a arrematou por R$ 110 milhões em 2005. Mesmo se desfazendo das duas empresas, ele ainda fatura com elas, fornecendo tanto café quanto polpa de frutas. Para atender essa última, aliás, ele criou a Trop Brasil, indústria de polpas de frutas, localizada no Espírito Santo, que também se mostrou um investimento bem-sucedido.

Agora, ele espera que seu toque de midas transforme “árvores em ouro”, num ousado plano que chamou de Projeto Atlântica Agropecuária e que pode mudar o conceito de madeira de qualidade no Brasil.

Enquanto anda por entre as pequenas mudas irrigadas, Tavares explica por que, entre tantas possibilidades, ele se interessou por um cultivo de prazo tão estendido, cujo primeiro corte acontecerá entre o 11º e o 12º ano. O respaldo, porém, é internacional e está em dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês). Segundo a entidade, a demanda por madeira no mundo, que era de 1,6 bilhão de metros cúbicos em 1991, vai saltar para 2,6 bilhões já em 2010. Para os próximos anos, o crescimento continua seguindo o ritmo do boom populacional.

Continua: http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/64/artigo161745-1.htm


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Caixas secas infiltram 5 milhões de litros de água da chuva no ES

Portal Dia de Campo

Caixas secas infiltram 5 milhões de litros de água da chuva no ES
Pequenos reservatórios escavados às margens das estradas rurais de alta declividade podem solucionar problema da seca
Nivea Schunk
08/07/2010 Ouça a entrevista Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir

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A implantação de 530 pequenos reservatórios às margens das estradas rurais de alta declividade no município de São Roque do Canaã (ES), em 2008, aumentou o volume de infiltração anual de água da chuva no subsolo para 100 milhões de litros. É o que mostram as últimas aferições do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Com o registro de vazão de nascente 53% maior e uma captação de 5.600 metros cúbicos de sedimentos sólidos, a área demonstrativa de dez quilômetros de extensão, fruto da parceria entre órgãos Estaduais, associações de produtores, empresários e comerciantes locais, desponta como solução potencial para os graves problemas de seca e assoreamento da região.

Engenheiro agrônomo e pesquisador, Aliamar Comério afirma que as chamadas caixas secas podem resolver também outros desafios enfrentados pelo setor produtivo regional. Em localidades com níveis de precipitação de 1000 litros por metro quadrado, por exemplo, é possível armazenar cinco milhões de litros de água a cada mil metros de distância. Esses dados são de fundamental importância, pois incentivam a aplicação do princípio básico de captar o excesso de água na época propícia, entre outubro e março, diminuindo o risco de enchentes e promovendo a perenização dos corpos hídricos.

Comério considera baixo o custo de implantação desses reservatórios em relação aos benefícios sociais e ambientais proporcionados pelo modelo. Ele informa que o Incaper oferece capacitação aos interessados, e descreve vantagens da tecnologia simples, comparando o investimento na construção e limpeza desses buracos, aos custos contínuos da utilização de motoniveladoras para manter as estradas transitáveis.

— Sempre depende da largura, mas é necessário algo em torno de 1000 a 3000 Reais por quilômetro para fazer as escavações que, além de captarem água e reterem a terra que desceria para os rios e mananciais, ainda conservam a capacidade de circulação das vias o ano inteiro. Então, se considerarmos o número de vezes em que normalmente é preciso solicitar o uso das máquina, essa alternativa é muito mais barata, eficiente e comprovada. No período chuvoso, as partículas soltas formam voçorocas nas bases do barrancos, trazendo risco para os usuários— revela.